quarta-feira, 22 de junho de 2022

Crepes de bacalhau


Ingredientes:

Massa para o crepe:

  • 200 ml de leite
  • 1 copo de iogurte natural
  • 1 ovo
  • 350 g de farinha de trigo
  • 1 pitada de sal
  • 1 pitada de noz-moscada
  • 1 colher de chá de raspa de limão.
  • 2 colheres de sopa de óleo

Recheio:

  • 1 chávena de bacalhau cozido e desfiado
  • 1 chávena de alho-francês cortado em rodelas finas
  • 1/2 chávena de cebola picada
  • 1 dente de alho esmagado
  • 1 pitada de sementes de endro
  • 1/2 chávena de azeite 
  • 1 pitada de pimenta-do-reino
  • 1 chávena de requeijão

Massa:

  • Bater todos os ingredientes no liquidificador até obter uma massa lisa e homogénea.
  • Numa frigideira ou crepeira, fazer todos os crepes. Reservar.

Recheio:
  • Numa panela, aquecer o azeite, refogar a cebola, o endro, o alho e o bacalhau desfiado. Acrescentar o alho-francês. Deixar cozinhar rapidamente. Temperar com sal e pimenta. Finalizar com o requeijão.

Empratamento:
  • Em cada crepe colocar o recheio. Enrolar. Servir de imediato.
  • Regar com molho a gosto.

Fonte:   www.receitas.com 

O bacalhau: Breve resenha histórica, corte e nutrientes






Uma velha história

O bacalhau, fiel amigo na linguagem popular portuguesa, tem sido de facto, sem o querer, um verdadeiro amigo de muitos povos, ao longo de milhares de anos, enquanto uma das bases importantes da sua alimentação.

Era conhecido na antiga Roma, onde em latim tinha o nome de “baccalaureu”.
Assente nele, estabelecram-se na Islândia e na Noruega fábricas para o seu processamento já no séc. IX.

Os povos dos mares do norte

Os Vikings são considerados grandes pescadores do “cod gadus morhua”,  de onde virá o termo inglês “codfish” e o francês “morue”. Costumavam secá-lo ao ar livre, até que perdesse quase a quinta parte de seu peso e ficasse rijo como uma tábua, para ser consumido aos pedaços nas longas viagens que faziam pelos mares.

A mestria da salga dos bascos

O povo basco foi mestre no comércio do bacalhau. Os bascos conheciam o sal e existem registos de que já no ano 1000 realizavam o comércio do bacalhau curado, salgado e seco.

O método de salgar e secar o bacalhau, numa época em que era vital conservar os alimentos durante longos períodos fora das regiões e estações mais frias, além de garantir a sua perfeita conservação, mantinha todos os nutrientes e apurava o paladar. A carne do bacalhau ainda facilitava a sua conservação salgada e seca, devido ao baixíssimo teor de gordura e à alta concentração de proteínas.

Velho amigo (à força) dos portugueses

Pelo menos desde o séc. X que os mercadores escandinavos vinham buscar o sal a Portugal, com os olhos postos no bacalhau, e aí estabeleceram colónias ou feitorias, como indicam as construções ovais, do tipo viking em Pedrinhas, perto de Fão, concelho de Esposende, na região de Viana do Castelo.

Uma das bases da velha aliança luso-inglesa

A história da pesca do bacalhau pelos portugueses (muitas vezes referida por Faina Maior) aparece pela primeira vez referenciada em 1353, quando D. Pedro I e Edward II de Inglaterra estabelecem um acordo de pesca para pescadores de Lisboa e do Porto poderem pescar o bacalhau nas costas da Inglaterra por 50 anos. A necessidade de estabelecer um acordo indicia que esta actividade já se realizava em anos anteriores, e em tal quantidade, ao ponto de justificar a necessidade de a enquadrar nas relações entre os dois reinos.

Viver e morrer pelo bacalhau, em guerra e na paz

Por causa dele, do bacalhau, moveram-se guerras entre países. Em 1510, Portugal e Inglaterra firmaram um acordo contra a França. Em 1532, em torno do controle da pesca do bacalhau na Islândia, deflagrou um conflito entre ingleses e alemães conhecido como as "Guerras do Bacalhau". Em 1585, outro grande conflito à volta do bacalhau envolveu ingleses e espanhóis. 

De referir ainda a heroicidade presente dos homens, e também das mulheres com ligação à pesca do bacalhau, mas sobretudo nas fracas condições da pesca e da navegação do largo, e das comunicações no passado.

De malas feitas para o Brasil, e o mundo

O hábito de comer bacalhau foi para o Brasil com os portugueses, já desde a época do seu descobrimento. Mas foi com a ida da corte portuguesa para o Brasil, no início do século XIX, que este hábito alimentar começou a difundir-se mais. Data dessa época a primeira exportação oficial de bacalhau da Noruega para o Brasil, que aconteceu em 1843.

No passado, sobretudo comida de pobres presente na mesa dos tabus religiosos

Durante muitos anos o bacalhau foi um alimento barato, sempre presente nas mesas das camadas populares. Era comum nas casas menos abastadas, e por ser peixe, e não carne, o bacalhau foi muitas vezes alternativa servida nos dias e nas épocas de proibição religiosa, na Quaresma, às sextas-feiras e noutros dias de culto cristão e de festas familiares.

Fiel amigo ontem, hoje e quem sabe amanhã

Hoje, embora se mantenha amigo e fiel, o acesso ao bacalhau já não é tão barato quanto o foi no passado. Também os processos modernos de conservação dos alimentos em frio, em quase todas as casas, retirou ao bacalhau a “magia” passada de ser um dos alimentos que melhor se podia guardar em sal. Contudo, o gosto pelo bacalhau parece enraizado numa tão forte tradição, e numa tão rica e variada forma de o preparar, que é de imaginar que por muitos anos no futuro os filhos dos netos dos nossos filhos o hão-de continuar a apreciar.

Algumas receitas, de entre mil formas de o confeccionar

Razão por que, para mais numa época em que os portugueses tradicionalmente o consomem, aqui se deixa algumas receitas de bacalhau que, para além das tradicionais, surgem como muito interessantes, e diferentes. 

Finalmente, e não o menos importante, que ele nos perdoe.

Carne de porco com castanhas e cogumelos



Ingredientes:

400 g de lombo de porco, em cubos
400 g de castanhas, congeladas
250 g de cogumelos
4 dentes de alho
0,5 dl de vinho branco
1 cebola
1 tomate grande, maduro
1 courgette grande
1 folha de louro
4 colheres de sopa de azeite
2 a 3 hastes de tomilho
1 colher de chá de cominhos em pó
Sal 
Pimenta

Ingredientes para a salada:

3 a 4 tomates bem firmes
Oregãos
Azeite

Confecção:
  • Temperar a carne com sal, pimenta e cominhos. Juntar os alhos esmagados, a folha de louro em pedaços. Regar com o vinho.
  • Deixar marinar algum tempo.
  • Num tacho, com azeite, alourar a carne, escorrida da marinada. Adicionar a cebola cortada em meias luas finas.Tapar o tacho. Deixar suar em lume brando, cerca de 5 min. Juntar as castanhas, agitar e tapar de novo o tacho. Cozinhar mais alguns min.
  • Acrescentar os cogumelos. Deixar cozinhar cerca de 10 min.
  • Extrair a pele e as grainhas ao tomate. Cortar em cubos. Cortar a courgette em pedaços. Adicionar ao tacho.
  • Juntar o líquido da marinada e o tomilho. Rectificar temperos. Tapar o tacho. Deixar cozinhar cerca de 20 min.
Salada:
  • Lavar e cortar o tomate em gomos.
  • Espalhar oregãos.
  • Regar com um fio de azeite.
      Saborear.


Fonte: Folha volante "Sabores Mediterrânicos" do Pingo doce

Castanhas glaceadas (Marrons glacés)


Ingredientes:
  • 800 g de castanhas
  • 800 g de açúcar
  • 400 ml de água
Confecção:
  • Cozer as castanhas com casca. Escorrer. Retirar a casca cuidadosamente para não fracturar as castanhas. Reservar.
  • Numa caçarola, juntar o açúcar e a água. Deixar levantar fervura. Retirar a calda do lume. Deixar esfriar um pouco. Adicionar as castanhas na calda morna, em camada única. Tapar a caçarola, deixar as castanhas repousar na calda cerca de 12 h.
  • Passadas as 12 h, levar de novo a caçarola ao lume, deixar aquecer as castanhas com a calda.
  • Retirar do lume quando a calda ficar líquida. Retirar as castanhas uma a uma. Deixar escorrer, sobre uma rede, para dentro dum recipiente.
  • Colocar de novo a calda ao lume. Deixar levantar fervura. Introduzir de novo as  castanhas na calda cerca de 2 min. Retirar do lume. deixar esfriar um pouco.Tapar. Deixar repousar de novo cerca de 12 h.
  • Repetir esta operação mais 3 vezes, sempre com os mesmos procedimentos e com as 12 h de repouso para cada vez.
  • O último repouso deverá ser de 72 h.
  • Confecção morosa, mas de resultado espectacular.
  • Saborear.
(Foto com créditos para o Blog Estórias de Vidas)

Toucinho-do-Céu de Guimarães



Doce Conventual de ovos, amêndoas e chila!

Um pouco da sua história, narrada pelo Chef  Mário Moreira : 



É uma soberba e rica sobremesa de maravilhoso requinte conventual, onde os seus ingredientes exalam aromas e sabores únicos. Com origem no Convento de Santa Clara, em Guimarães, fundado no século XIV, actual Câmara Municipal.
O Toucinho-do-Céu é o mais doce dos diversos tesouros que a cidade berço oferece. As doceiras clarissas, pouco dadas aos rigores monásticos, por acharem insuficiente a soma (6$400 réis por ano) a que tinham direito, encontraram uma forma de aumentar o seu pecúlio ao dedicarem-se à produção para fora do citado doce. Desde cedo granjearam fama.
Em 1758, o Arcebispo de Braga, por lhe constar que "coisa" estava a assumir foros de abuso, ou seja, as freiras clarissas eram pouco dadas ao serviço de deus, além de se dedicarem a danças e outras coisas profanas, interditou-lhes, as artes de pastelaria. Em 1760 esta punição seria renovada e agravada. Em 1771 a abadessa e as suas clarissas enviaram um requerimento ao arcebispo, declarando ser oprimidas. Foi-lhes concedida mas de forma limitada a licença de produzir o famoso doce. Era enorme a importância desta iguaria gastronómica para o convento e para a região.
Esta iguaria é a mais e sumptuosa especialidade da doçaria conventual vimaranense.
Ingredientes:
  • 500 gr de açúcar
  • 2 dl de água
  • 150 gr de amêndoa (pelada e ralada)
  • 3 colheres de sopa de doce chila
  • 18 gemas
  • 2 claras
  • farinha q.b.
  • manteiga q.b.

Confecção:
  • Juntar água e açúcar. Deixar dissolver e levar ao lume até atingir ponto pérola.
  • Adicionar a amêndoa e a chila. Deixar ferver um pouco até fazer a ligação.
  • Retirar do lume. Deixar arrefecer um pouco.
  • Misturar as gemas e as claras, sem bater.
  • Adicionar ao preparado de amêndoa e chila.
  • Levar de novo ao lume, sem deixar ferver, apenas para coser as gemas.
  • Retirar do lume. Deixar arrefecer completamente.
  • Verter para uma forma previamente untada com manteiga e polvilhada com farinha.
  • Levar ao forno, a uma temperatura moderada, 1 hora.
  • Desenformar.
  • Decorar com amêndoa ou açúcar pilé.